Então, o que fazer? Como ficar tranquilo diante de uma ameaça tão real, tão próxima e, acima de tudo, tão ameaçadoramente grave? Uma espécie de limiar entre estar vivo e não sair mais dali. Pensava na minha mulher, nos meus três maravilhosos filhos (as eternas crianças!). Pensava nas minhas netinhas tão novas e tão queridas. Como suportar tamanha pressão, tamanha carga emocional? Como não se entregar ao desespero? Dizem que quando a morte chega muito perto da gente, passa por nossa cabeça o filme sobre a nossa vida, revisitando infância, adolescência, tudo enfim. Quando minha sessão estava para começar, não sei o que me deu: alguma coisa maior, mais forte, me deu um chute no traseiro e eu me recusei a ver o filme. Terminantemente. Recusei e rasguei o ingresso e pensei decidido: ainda é muito cedo para que eu me torne uma simples lembrança.Vou sair daqui vivinho da silva!!! (extraído de Amazon)